A Federação Italiana de Futebol (Figc) anunciou neste domingo (15) a contratação de Gennaro Gattuso como novo técnico da seleção italiana, substituindo Luciano Spalletti. A decisão vem após um início turbulento nas eliminatórias europeias para a Copa do Mundo de 2026, com a Azzurra sofrendo uma derrota contundente para a Noruega.

Gattuso: ídolo do Milan e símbolo do futebol italiano

Conhecido por sua energia incansável dentro e fora de campo, Gattuso é uma figura emblemática do futebol italiano. Como jogador, conquistou títulos importantes, incluindo duas Ligas dos Campeões da UEFA, dois Campeonatos Italianos e a Copa do Mundo de 2006, sendo reconhecido como o "cão de guarda" do meio-campo tanto no Milan quanto na seleção nacional.

Na carreira como treinador, Gattuso teve passagens pelo Milan e Napoli, com destaque para a conquista da Copa da Itália na temporada 2019/20 pelo Napoli. Entretanto, seus últimos trabalhos no Valencia, Olympique de Marseille e Hajduk Split foram marcados por resultados abaixo do esperado.

Expectativas e desafios à frente da Azzurra

O presidente da Figc, Gabriele Gravina, ressaltou a importância da contratação: “Gattuso é um símbolo do futebol italiano, a camisa azzurra é como uma segunda pele para ele. Suas motivações, seu profissionalismo e sua experiência serão fundamentais para enfrentar da melhor forma os próximos compromissos da seleção.”

Com apenas três meses para preparar a equipe, Gattuso terá a missão de reconstruir a confiança da seleção e garantir a classificação para o Mundial de 2026. Após a derrota por 3 a 0 para a Noruega e a vitória por 2 a 0 contra a Moldávia nas duas primeiras rodadas das eliminatórias, a Azzurra volta a campo no dia 5 de setembro, enfrentando a Estônia.

Contexto atual da seleção italiana

  • Derrota para a Noruega por 3 a 0 nas eliminatórias europeias

  • Vitória contra a Moldávia por 2 a 0

  • Ausência da Itália em Mundiais recentes, aumentando a pressão para a classificação

  • Transição técnica após saída de Luciano Spalletti

O momento é decisivo para a Azzurra, que busca retomar seu prestígio no cenário mundial. A escolha de Gattuso, com sua ligação histórica ao futebol italiano, pode ser um ponto de virada para a equipe, mas o caminho até a Copa do Mundo ainda apresenta muitos desafios.

Desafios táticos e renovação do elenco

Um dos principais desafios para Gattuso será encontrar o equilíbrio tático ideal para a seleção, que nos últimos anos tem oscilado entre formações tradicionais e esquemas mais modernos. A Itália, conhecida historicamente por sua solidez defensiva, precisa se reinventar para acompanhar o ritmo ofensivo das equipes europeias contemporâneas.

Além disso, a renovação do elenco é uma pauta urgente. Muitos dos jogadores que brilharam na conquista da Eurocopa 2020 estão em fase final de carreira, e a integração de jovens talentos será fundamental para garantir competitividade a médio e longo prazo. Nomes como Nicolò Barella, Federico Chiesa e Gianluca Scamacca são apontados como pilares dessa nova geração, mas ainda há dúvidas sobre a profundidade do grupo.

Reação da torcida e da mídia italiana

A nomeação de Gattuso foi recebida com otimismo moderado pela torcida italiana, que reconhece sua paixão e identificação com a camisa azzurra, mas também demonstra preocupação com sua experiência recente como treinador. A imprensa esportiva local destaca que o sucesso dependerá da capacidade de Gattuso em impor disciplina e motivação, características que marcaram sua trajetória como jogador.

Alguns veículos ressaltam que a pressão será intensa, especialmente diante da expectativa de classificação para a Copa do Mundo, algo que a Itália não conseguiu garantir em 2018, um fato que ainda reverbera negativamente no país. A mídia também aponta que o estilo combativo de Gattuso pode ser um diferencial para recuperar a identidade da seleção.

Impacto na Série A e no futebol italiano

A chegada de Gattuso à seleção também pode influenciar o cenário do futebol italiano como um todo. Como ex-jogador e treinador na Série A, ele tem conhecimento profundo das características dos clubes e atletas locais, o que pode facilitar a identificação de talentos e a adaptação dos jogadores ao estilo de jogo da seleção.

Além disso, sua postura enérgica e foco na disciplina podem servir de exemplo para treinadores e clubes do campeonato nacional, que buscam retomar o protagonismo europeu após anos de domínio de outras ligas. A expectativa é que Gattuso consiga criar uma ponte entre a tradição e a modernidade do futebol italiano, inspirando uma nova geração tanto na seleção quanto nos clubes.

Próximos passos e calendário da seleção

Com a estreia marcada para setembro contra a Estônia, Gattuso terá pouco tempo para implementar suas ideias e avaliar o elenco. As próximas partidas das eliminatórias europeias serão decisivas para definir o rumo da Azzurra rumo à Copa do Mundo de 2026, que será realizada no Canadá, México e Estados Unidos.

Além das eliminatórias, a seleção italiana também deve participar de amistosos preparatórios e possivelmente da Liga das Nações da UEFA, competições que servirão como laboratório para testar formações e estratégias. A pressão para resultados imediatos é grande, mas o foco também está na construção de um projeto sustentável para o futuro.

+ Federação Italiana de Futebol (Figc)

Com informações do: ISTOÉ