Na noite desta terça-feira (10), a seleção dos Estados Unidos sofreu uma derrota dura de engolir: 4 a 0 para a Suíça, em Nashville, Tennessee. O que mais chama atenção é que os europeus construíram essa goleada avassaladora nos primeiros 36 minutos de jogo, deixando a torcida americana em choque.
Esse resultado negativo se soma a uma sequência preocupante para os EUA, que já haviam caído para o Panamá (1 a 0) nas semifinais da Liga das Nações da Concacaf, perdido para o Canadá (2 a 1) na disputa pelo terceiro lugar do mesmo torneio e sido derrotados pela Turquia (2 a 1) em amistoso recente. Quatro derrotas seguidas, nove gols sofridos e apenas dois marcados. O sinal de alerta está ligado.
Defesa em frangalhos desde o apito inicial
O que mais pesou contra os americanos foi a fragilidade defensiva. Logo aos 13 minutos, Dan Ndoye aproveitou uma bola nas costas da zaga para abrir o placar. Dez minutos depois, Michel Aebischer ampliou após uma jogada brilhante de Johan Manzambi, que não pararia por aí.
O goleiro Turner tentou segurar o ímpeto suíço, mas uma defesa sem firmeza resultou no terceiro gol, marcado por Breel Embolo. E para fechar o massacre, Manzambi, com apenas 19 anos, soltou um chute no ângulo da entrada da área aos 36 minutos, decretando o 4 a 0 que parecia impossível de reverter.
Reação tardia e mudanças de Pochettino
O técnico argentino Mauricio Pochettino não escondeu o descontentamento e promoveu cinco alterações logo no intervalo, tentando dar uma nova cara ao time. Patrick Agyemang, uma das promessas da Major League Soccer, até criou algumas chances, mas faltou precisão na finalização para mudar o rumo da partida.
O que vem pela frente?
Com a Copa do Mundo de 2026 batendo à porta e os Estados Unidos como um dos anfitriões, essa sequência negativa preocupa. O próximo desafio será a estreia na Copa Ouro da Concacaf de 2025, contra Trinidad e Tobago, no domingo, no PayPal Park, em San Jose, Califórnia. Será que Pochettino vai conseguir ajustar a equipe a tempo?
Desafios táticos e a busca por identidade
Além da fragilidade defensiva, a equipe americana parece perdida em campo quando o assunto é organização tática. A proposta de Pochettino, que costuma privilegiar um futebol de posse e pressão alta, não se traduziu em eficiência. A linha de meio-campo, que deveria ser o motor do time, falhou em conectar defesa e ataque, deixando os atacantes isolados e sem suporte.
Essa desconexão ficou clara especialmente no segundo tempo, quando o ritmo caiu e a Suíça passou a controlar o jogo com mais tranquilidade. A ausência de um camisa 10 clássico, capaz de criar jogadas e ditar o ritmo, pesa contra os EUA, que ainda tentam encontrar um líder natural dentro de campo.
O papel dos jovens e a pressão da torcida
Apesar do resultado, alguns nomes jovens chamaram a atenção, como Manzambi pela Suíça, e do lado americano, Patrick Agyemang, que mostrou potencial, mas ainda precisa amadurecer para assumir a responsabilidade de ser protagonista. A torcida, que lotou o Nissan Stadium, não escondeu a frustração, com vaias e gritos de "time sem alma" ecoando nas arquibancadas.
Essa pressão é um reflexo da expectativa alta que cerca a seleção americana, especialmente com a Copa do Mundo em casa. A geração atual tem talento, mas falta entrosamento e, principalmente, confiança para enfrentar adversários de alto nível.
Comparações e lições do passado
Não é a primeira vez que os EUA enfrentam momentos turbulentos. Em 2017, por exemplo, a equipe também passou por uma fase de resultados ruins, mas conseguiu se reerguer com mudanças na comissão técnica e renovação do elenco. Será que Pochettino terá a mesma capacidade de reconstrução?
Times como México e Canadá, que também disputam a vaga na Concacaf para a Copa, têm mostrado evolução constante, o que aumenta a pressão para que os EUA não fiquem para trás. A rivalidade regional, que sempre foi acirrada, ganha um novo capítulo com essa fase complicada da seleção americana.
O impacto fora de campo e a preparação para 2026
Além do desempenho em campo, a sequência negativa pode afetar o ambiente interno e a confiança do grupo. A preparação para a Copa do Mundo de 2026 exige um planejamento minucioso, que vai desde a formação de jogadores nas categorias de base até a definição de uma filosofia de jogo clara.
Investimentos em infraestrutura e desenvolvimento de talentos são fundamentais, mas o que se vê atualmente é uma equipe que ainda busca sua identidade e consistência. A pressão da torcida e da mídia pode ser um combustível para a mudança, mas também um obstáculo se não for bem administrada.
O que esperar dos próximos jogos?
Com a estreia na Copa Ouro se aproximando, Pochettino terá pouco tempo para ajustar o time e testar novas opções. A competição será um termômetro importante para avaliar o real potencial da seleção e identificar pontos que precisam ser corrigidos urgentemente.
Além disso, amistosos contra seleções de diferentes estilos podem ajudar a equipe a ganhar experiência e confiança. O desafio é grande, mas a oportunidade de crescer também é única, principalmente jogando em casa na próxima Copa do Mundo.
Com informações do: ISTOÉ