Que jogo foi esse em Buenos Aires! A Colômbia chegou com tudo, quase garantindo um lugar na Copa do Mundo de 2026, mas a Argentina mostrou sua força mesmo com um jogador a menos e arrancou um empate eletrizante por 1 a 1 na décima sexta rodada das Eliminatórias Sul-Americanas, disputada nesta terça-feira (10).
Luis Díaz, o nome da noite para os visitantes, abriu o placar aos 24 minutos com uma jogada individual de tirar o fôlego. Mas a Albiceleste não se entregou: Thiago Almada, aos 80 minutos, deixou tudo igual, mesmo após a expulsão do meia Enzo Fernández aos 70 minutos, que complicou o time na reta final.
Com a vaga já garantida e liderando com 35 pontos, a Argentina mostrou porque é uma das potências do continente. Já a Colômbia, que poderia ter dado um passo importante rumo ao Mundial, ficou na sexta colocação com 22 pontos, quatro à frente da Venezuela, que ocupa a zona de repescagem, faltando apenas duas rodadas para o fim.
– ‘El Lucho’ Díaz e a estratégia colombiana –
A Colômbia, que já havia surpreendido vencendo a Argentina fora de casa nas Eliminatórias, apostou em mudanças táticas ousadas feitas por Néstor Lorenzo. Machado e Campaz foram escalados na lateral esquerda, enquanto Luis Díaz ficou como único atacante, pronto para explorar os espaços deixados pela defesa argentina.
Logo no início, a Argentina tentou com Messi, mas a defesa colombiana estava atenta. A resposta veio rápida: Machado cruzou com precisão e Díaz quase marcou, exigindo uma intervenção de Otamendi. O atacante do Liverpool mostrou mobilidade e técnica, criando perigo constante e finalizando com um chute rasteiro que o goleiro “Dibu” Martínez defendeu com tranquilidade.
Do lado argentino, Messi estava bem marcado, e a bola passou a circular mais pelos pés de Julián Álvarez, que quase empatou com um chute potente que obrigou Mier a fazer uma defesa espetacular.
Mas foi a Colômbia que brilhou primeiro. Após um corte de Castaño, Díaz avançou da direita para o centro, driblou três defensores e bateu cruzado para abrir o placar. Foi o primeiro gol colombiano no Monumental desde aquele histórico 5 a 0 de 1993, e o time mostrou um futebol aguerrido, rápido para recuperar a bola e atacar, deixando a Argentina confusa e pressionada.
– Almada, o herói improvável –
Na volta do intervalo, Scaloni mexeu no time, colocando Simeone e Nico González para dar mais presença ofensiva pela direita. A Argentina passou a dominar a posse de bola, enquanto a Colômbia começou a recuar, tentando segurar o resultado.
Os colombianos quase ampliaram com um chute de Richard Ríos, defendido por Martínez. Mas a pressão argentina cresceu, com Messi e Almada criando boas chances, e Nico González avançando pelas pontas. Messi lançou González, que teve seu chute bloqueado, e Enzo Fernández tentou de longe, mas sem sucesso. González ainda acertou a trave em cobrança de falta, mostrando que a Albiceleste não desistiria fácil.
O jogo ficou ainda mais tenso quando Enzo Fernández recebeu cartão vermelho direto após uma entrada dura em Castaño. Para surpresa geral, Scaloni tirou Messi do campo, talvez para reorganizar o time com um a menos.
Mesmo assim, a Argentina foi para cima e, a dez minutos do fim, em uma jogada rápida pela direita, Palacios achou Almada, que avançou da esquerda para o centro e bateu rasteiro, cruzado, sem chances para Mier: empate garantido!
A Colômbia ainda teve uma chance incrível no final, com uma cabeçada de Ríos na trave após um cruzamento perfeito de Luis Díaz, que foi o melhor em campo. Mas o empate acabou sendo o resultado final, deixando a seleção colombiana no meio da tabela, sem aproveitar as chances que teve.
Na próxima rodada, marcada para setembro, a Argentina recebe a Venezuela, enquanto a Colômbia enfrenta a Bolívia em casa.
Escalações:
Argentina: Emiliano Martínez – Nahuel Molina (Giuliano Simeone, 46'), Cristian Romero, Nicolás Otamendi, Facundo Medina (Juan Foyth, 77') – Rodrigo De Paul (Nicolás González, 46'), Leandro Paredes, Enzo Fernández – Lionel Messi (Exequiel Palacios, 77'), Julián Álvarez e Thiago Almada (Leonardo Balerdi, 90'). Técnico: Lionel Scaloni.
Colômbia: Kevin Mier – Daniel Muñoz, Jhon Lucumí, Dávinson Sánchez, Déiver Machado – Kevin Castaño (Jhon Arias, 73') e Jefferson Lerma – Richard Ríos, James Rodríguez (Rafael Carrascal, 73'), Jaminton Campaz (Andrés Román, 57') – Luis Díaz. Técnico: Néstor Lorenzo.
Árbitro: Juan Gabriel Benítez (PAR)
– A tensão da expulsão e a mudança de dinâmica –
A expulsão de Enzo Fernández foi um divisor de águas no confronto. Até então, a Argentina buscava controlar o ritmo, mas a partir do cartão vermelho, o time de Scaloni teve que se reorganizar rapidamente para não sucumbir à pressão colombiana. A saída de Messi, que surpreendeu muitos, foi uma decisão tática para reforçar o meio-campo e garantir mais equilíbrio defensivo, mostrando a maturidade do treinador em momentos críticos.
Com um a menos, a Albiceleste adotou uma postura mais compacta, explorando contra-ataques rápidos e a habilidade de Almada para desequilibrar. A movimentação do jovem meia foi fundamental para manter a equipe viva no jogo, driblando adversários e criando espaços em meio à forte marcação colombiana.
Do outro lado, a Colômbia tentou aproveitar a vantagem numérica para pressionar e buscar o segundo gol, mas esbarrou na organização defensiva argentina e na atuação segura de Martínez, que fez defesas importantes para segurar o empate. A equipe de Néstor Lorenzo mostrou um futebol aguerrido, mas faltou um pouco mais de precisão nas finalizações para transformar a superioridade numérica em gol.
– O papel dos jovens talentos e a renovação das seleções –
Um dos pontos mais interessantes da partida foi a presença de jovens jogadores que vêm ganhando espaço nas seleções sul-americanas. Thiago Almada, por exemplo, tem se destacado como uma das promessas da Argentina, mostrando versatilidade e capacidade de decisão em momentos decisivos. Sua atuação contra a Colômbia reforça a ideia de que a Albiceleste está preparando uma nova geração para manter o alto nível competitivo.
Na Colômbia, nomes como Kevin Castaño e Jaminton Campaz também chamaram atenção, demonstrando que o país está investindo em talentos que podem ser fundamentais para as próximas competições internacionais. A combinação de experiência, com jogadores como James Rodríguez, e juventude cria um equilíbrio interessante, embora ainda falte consistência para garantir a classificação direta ao Mundial.
– O impacto das Eliminatórias na preparação para a Copa do Mundo –
Essa partida entre Argentina e Colômbia é um exemplo claro de como as Eliminatórias Sul-Americanas são um verdadeiro teste de fogo para as seleções. O nível de competitividade, a pressão das torcidas e a necessidade de resultados imediatos fazem com que cada jogo seja uma batalha intensa, onde detalhes táticos e psicológicos podem definir o destino das equipes.
Para a Argentina, manter a liderança e garantir a vaga antecipadamente permite que Scaloni comece a pensar em ajustes finos para a Copa do Mundo, testando formações e dando rodagem a jogadores que podem ser decisivos. Já para a Colômbia, a luta continua, e o empate fora de casa, apesar de não ser o resultado ideal, ainda mantém a esperança viva para as últimas rodadas.
Além disso, o confronto reforça a importância do equilíbrio entre defesa e ataque, especialmente em jogos com alta pressão. A expulsão de Enzo Fernández mostrou como um lance isolado pode mudar o panorama, exigindo adaptações rápidas e inteligência tática para evitar a derrota.
– O que esperar das próximas rodadas? –
Com apenas duas rodadas restantes, a tabela das Eliminatórias está cada vez mais apertada, principalmente na briga pelas vagas diretas e pela repescagem. A Argentina, com sua campanha sólida, parece encaminhar a classificação, mas não pode relaxar diante da Venezuela, que ainda luta para sair da zona de repescagem.
Já a Colômbia precisa de resultados positivos contra a Bolívia para manter a pressão sobre os adversários diretos. A equipe de Néstor Lorenzo terá que ajustar a pontaria e evitar erros que possam custar caro, especialmente jogando em casa, onde a torcida será um fator decisivo.
Além disso, o desempenho de jogadores-chave como Luis Díaz e Thiago Almada será fundamental para definir o rumo das seleções. A capacidade de manter a concentração, a disciplina tática e a eficiência nas finalizações podem ser o diferencial nas partidas finais.
Enquanto isso, os fãs já começam a especular sobre os possíveis confrontos na Copa do Mundo, analisando como as seleções sul-americanas podem chegar preparadas para o maior palco do futebol mundial. A emoção das Eliminatórias ainda não acabou, e cada lance pode ser decisivo para o sonho de milhões de torcedores.
Com informações do: ISTOÉ