Aos 18 anos, Estêvão já coleciona números impressionantes no Palmeiras: 78 jogos, 26 gols e 19 assistências. Mas fora dos gramados, o jovem astro segue uma estratégia bem diferente da maioria das jovens promessas do futebol brasileiro.

Representado pela 94 Marketing & Football desde setembro de 2023, o atacante mantém apenas duas parcerias comerciais - Nike e Benegripe - número consideravelmente baixo para um jogador com seu potencial midiático.

Enquanto muitos jovens atletas buscam maximizar ganhos com múltiplos patrocínios, a equipe de Estêvão prioriza:

  • Parcerias alinhadas com sua imagem pessoal

  • Acordos de longo prazo que agreguem valor

  • Equilíbrio entre compromissos comerciais e carreira esportiva

"Ele tem uma agenda intensa com o Palmeiras e Seleção. Primeiro que não cabia na agenda dele", justifica Ramos. A Benegrip, por exemplo, conquistou o jogador ao personalizar um par de tênis com suas cores - gesto que agradou até sua irmã mais nova.

O desafio europeu

Com transferência marcada para o Chelsea após a Copa do Mundo de Clubes em 2025, a equipe de marketing já prepara a transição:

  • Visita prévia à estrutura do clube inglês

  • Equipe de acompanhamento diário na Inglaterra

  • Busca por marcas com projeção global

"É um recomeço e ele está ciente", afirma o executivo. A agência projeta três fases claras: consolidação no Brasil, adaptação na Europa e, finalmente, a Copa do Mundo 2026.

Enquanto Estêvão opta pela cautela, seu ex-companheiro de Palmeiras Endrick acumula mais de 10 patrocínios, incluindo parcerias polêmicas como a com Neosaldina - medicamento considerado doping pela WADA.

Essa diferença de abordagens levanta questões interessantes: em um mercado onde a exposição muitas vezes parece ser a regra, será que a estratégia mais conservadora pode trazer benefícios a longo prazo?

O impacto da estratégia na carreira

A abordagem cautelosa de Estêvão contrasta não apenas com Endrick, mas com toda uma geração de jovens talentos que muitas vezes priorizam ganhos imediatos. Especialistas em marketing esportivo apontam que essa estratégia pode trazer vantagens competitivas:

  • Menor desgaste de imagem por associação excessiva a marcas

  • Maior credibilidade ao escolher parceiros com cuidado

  • Flexibilidade para negociações futuras com marcas premium

"Quando você tem muitos patrocínios, especialmente alguns questionáveis, fica difícil para as grandes marcas globais te levar a sério", explica Ana Beatriz Costa, consultora de branding esportivo. "Estêvão está construindo uma imagem limpa que será valiosa na Europa."

O fator família na tomada de decisões

Por trás das escolhas comerciais do jogador, há uma estrutura familiar atuante. Seus pais participam ativamente das reuniões estratégicas, priorizando sempre o desenvolvimento esportivo sobre os ganhos financeiros imediatos.

"Muitas vezes recebemos propostas tentadoras, mas que não fazem sentido no momento", revela Ramos. "A família tem sido fundamental nesse filtro. Eles entendem que o foco agora deve ser a adaptação ao futebol europeu."

Preparação para o mercado global

A equipe já trabalha para posicionar Estêvão além do público brasileiro. Aulas intensivas de inglês fazem parte da rotina, assim como a análise cuidadosa de como outros jovens talentos se adaptaram culturalmente ao Chelsea.

"Estudamos casos como o de Martinelli no Arsenal e Vinícius Júnior no Real Madrid", conta Ramos. "O sucesso deles não veio apenas do futebol, mas de como se integraram culturalmente."

Outro aspecto que diferencia Estêvão é sua presença digital moderada. Enquanto muitos jovens atletas buscam milhões de seguidores, sua equipe adotou uma estratégia diferente:

  • Postagens menos frequentes, mas mais elaboradas

  • Foco em conteúdo autêntico sobre sua rotina de treinos

  • Evitação de polêmicas ou posicionamentos precipitados

"Na Europa, especialmente na Inglaterra, cada palavra nas redes é analisada", comenta Ramos. "Preferimos construir uma base sólida agora para evitar problemas futuros."

Essa abordagem contrasta com a de outros jovens brasileiros que, pressionados por patrocinadores, transformam seus perfis em verdadeiros catálogos de produtos. O risco? Perder autenticidade - algo que especialistas afirmam ser crucial para conexão com torcedores europeus.

Com informações do: Maquina do Esporte