Brasileiro de 16 anos impressiona com 900, mas espanhol leva o ouro

Aos 16 anos, Gui Khury já está escrevendo seu nome na história do skate mundial. O jovem atleta de Curitiba repetiu sua manobra inédita dos 900 graus (dois giros e meio completos no ar) durante a final da Copa do Mundo de Skate Park em Roma, mas acabou ficando com a medalha de bronze.

O feito histórico

Gui havia sido o primeiro skatista a realizar os 900 graus em competição no dia anterior, durante as semifinais. Na final, ele não apenas repetiu a manobra como a executou duas vezes, mostrando que não foi um golpe de sorte. Na primeira tentativa, recebeu 91.82 pontos. Na segunda, melhorou para 92.01 - sua nota final que garantiu o terceiro lugar.

"É incrível ver um atleta tão jovem dominando uma manobra tão complexa", comentou um especialista presente ao evento. "O 900 graus exige uma combinação perfeita de técnica, coragem e controle aéreo."

O pódio e a próxima etapa

O espanhol Egoitz Bijueska levou o ouro com impressionantes 94.50 pontos, enquanto o japonês Yuro Nagahara ficou com a prata (92.30). Apesar de não subir ao lugar mais alto do pódio, Gui Khury provou que é um dos nomes mais promissores do skate park atualmente.

  • 1º lugar: Egoitz Bijueska (ESP) - 94.50

  • 2º lugar: Yuro Nagahara (JPN) - 92.30

  • 3º lugar: Gui Khury (BRA) - 92.01

A próxima etapa do circuito mundial acontecerá em Washington-DC, nos Estados Unidos, no dia 19 de setembro. Será a última chance para os atletas acumularem pontos antes da final da temporada.

Outros brasileiros na competição

Além de Gui Khury, outros três brasileiros chegaram à final em Roma:

  • Luiz Francisco - 6º lugar (89.96)

  • Pedro Carvalho - 7º lugar (75.56)

  • Luigi Cini - 8º lugar (39.63)

O desempenho da delegação brasileira reforça a força do país no skate park, modalidade que vem ganhando cada vez mais destaque desde a inclusão do skate nos Jogos Olímpicos.

A evolução do 900 graus no skate

A manobra dos 900 graus tem uma história fascinante no mundo do skate. Tony Hawk foi o primeiro a realizá-la em 1999, após anos de tentativas. Desde então, apenas um punhado de skatistas conseguiu replicar o feito - e Gui Khury agora se junta a esse seleto grupo. O que impressiona é a idade: enquanto Hawk tinha 31 anos quando conseguiu, Gui fez história aos 16.

"Quando vi o Gui treinando essa manobra há alguns meses, sabia que ele estava perto", revelou seu técnico em entrevista. "Mas ver ele executando em competição, sob pressão, é outra coisa completamente diferente."

Os desafios físicos e mentais

Executar um 900 graus não é apenas sobre habilidade técnica. A manobra exige:

  • Força física para gerar rotação suficiente

  • Precisão milimétrica no momento do salto

  • Coragem para enfrentar as quedas inevitáveis durante o aprendizado

  • Foco mental para manter a concentração em competições

Gui já havia quebrado o nariz duas vezes tentando dominar a manobra. "Cada queda era uma lição", disse o skatista após a competição. "Você precisa confiar no seu corpo e no seu instinto."

O futuro do skate brasileiro

Com jovens talentos como Gui Khury, Luiz Francisco e Pedro Carvalho, o Brasil está formando uma geração que pode dominar o skate park nos próximos anos. A Confederação Brasileira de Skate já anunciou investimentos em:

  • Centros de treinamento especializados

  • Programas de desenvolvimento para jovens talentos

  • Preparação psicológica para competições de alto nível

"Estamos vendo apenas o começo", afirmou o presidente da entidade. "Gui abriu caminho, mas temos outros atletas incríveis vindo por aí."

A reação da comunidade do skate

Nas redes sociais, o desempenho de Gui Khury gerou uma onda de apoio. Tony Hawk, que acompanhou a competição, postou: "Ver um jovem como Gui dominando o 900 é inspirador. O futuro do skate está em boas mãos."

Fãs destacaram não apenas a habilidade técnica, mas também a postura do brasileiro. Mesmo após quedas durante as eliminatórias, Gui manteve a calma e voltou mais forte - uma maturidade incomum para sua idade.

Preparação para os Jogos Olímpicos

Com a classificação para Paris 2024 se aproximando, todos os olhos estão nos principais nomes do skate park. O desempenho consistente de Gui nas últimas competições o coloca como forte candidato a uma vaga. Mas a concorrência será acirrada:

  • Os australianos estão em ascensão com novos talentos

  • Os EUA continuam com sua tradição forte na modalidade

  • O Japão apresenta uma nova geração de skatistas técnicos

"Cada competição agora é um teste", admitiu Gui. "Não estou pensando nas Olimpíadas ainda, apenas em melhorar minha performance a cada evento."

Com informações do: Metropoles