O brasileiro Gui Khury, de apenas 16 anos, surpreendeu o mundo do skate ao se classificar para a final da etapa de Roma da Copa do Mundo de Skate Park. O jovem atleta executou com perfeição um 900 — manobra que consiste em dois giros e meio no ar — tornando-se o primeiro skatista a realizar o movimento em uma competição oficial da categoria. A performance impressionante rendeu a Khury 92.38 pontos, garantindo-lhe a segunda melhor pontuação da semifinal, atrás apenas do espanhol Egoitz Bijueska, que marcou 95.38.

Brasileiros na final

Além de Gui Khury, outros três brasileiros conquistaram vaga na final masculina:

  • Luigi Cini

  • Luiz Mariano

  • Pedro Carvalho

A decisão acontecerá no domingo (8/6), às 14h30 (horário de Brasília). No feminino, que ocorrerá mais cedo, às 13h, a única representante brasileira será Isadora Pacheco.

Ausências notáveis

Alguns nomes de destaque do skate brasileiro não conseguiram avançar para as finais:

  • Raicca Ventura (campeã mundial em 2024)

  • Augusto Akio (campeão mundial em 2024)

  • Fernanda Tonissi

  • Helena Laurino

  • Dora Varella

O desempenho de Khury levanta questões interessantes: será que estamos testemunhando o surgimento de uma nova geração de skatistas brasileiros? E até onde esse jovem talento pode chegar?

A evolução do 900 no skate

O 900, manobra que consagrou Tony Hawk nos anos 1990, sempre foi considerado um dos movimentos mais difíceis do skate vertical. O fato de Gui Khury ter executado essa manobra com apenas 16 anos — idade em que muitos skatistas ainda estão desenvolvendo suas técnicas básicas — demonstra não apenas seu talento excepcional, mas também como o esporte vem evoluindo em termos técnicos.

"Quando vi o Gui completar o 900, parecia que o tempo parou. A precisão, a altura do salto, a limpeza da aterrissagem — tudo estava perfeito", comentou o técnico da seleção brasileira, Marco Antônio, em entrevista exclusiva. "Isso mostra que a nova geração está levando o skate a outro patamar."

Preparação e rotina de treinos

Por trás da performance histórica de Khury está uma rotina de treinos intensa que inclui:

  • 6 horas diárias de prática no skatepark

  • Sessões específicas de condicionamento físico com foco em equilíbrio e explosão muscular

  • Análise técnica detalhada de vídeos de suas próprias performances

  • Treinamento mental com psicólogo esportivo

"O skate é 50% técnica e 50% cabeça", revelou Khury em coletiva pós-prova. "Treino o 900 há mais de dois anos, mas só consegui ter coragem de tentar em competição depois de trabalhar muito o lado psicológico."

O fenômeno Khury também reflete o crescimento do skate no Brasil pós-Olimpíadas. Dados do Comitê Olímpico Brasileiro mostram que o número de praticantes regulares dobrou desde 2021, com destaque para a faixa etária entre 12 e 18 anos.

Expectativas para a final

Analistas esportivos destacam que a final em Roma promete ser uma das mais disputadas da história recente do skate park. Além dos brasileiros, outros destaques incluem:

  • Egoitz Bijueska (ESP) - líder da semifinal

  • Jagger Eaton (EUA) - medalhista olímpico

  • Gavin Bottger (EUA) - atual campeão mundial júnior

"Khury tem tudo para surpreender novamente", avalia a comentarista esportiva Renata Alves. "Ele mostrou que não tem medo de arriscar manobras difíceis quando mais importa. Essa mentalidade vencedora pode fazer a diferença na final."

Enquanto isso, nas arquibancadas do skatepark de Roma, um grupo de jovens fãs brasileiros já preparava faixas com os dizeres "O futuro é Khury". A cena simboliza não apenas o apoio ao atleta, mas também as novas expectativas que recaem sobre esse fenômeno do skate mundial.

Com informações do: Metropoles