Desempenho decepcionante em Paris
A tenista brasileira Beatriz Haddad Maia teve uma despedida precoce do torneio de Roland Garros nesta terça-feira (27/5). Em sua estreia no Grand Slam francês, Bia foi derrotada pela americana Hailey Baptiste, atual número 70 do ranking mundial, em uma partida emocionante que terminou com parciais de 4/6, 6/3 e 6/1.
A brasileira, que ocupa a 23ª posição no ranking da WTA, começou bem o confronto, vencendo o primeiro set. No entanto, não conseguiu manter o ritmo e acabou sucumbindo à pressão da adversária nos sets seguintes. Essa foi a terceira vez que Bia foi eliminada logo em sua primeira partida em Roland Garros.

Momentos difíceis na temporada
O resultado em Paris reflete um momento complicado na carreira da tenista brasileira. Em 2024, Bia soma apenas seis vitórias contra 16 derrotas - incluindo uma sequência de nove derrotas consecutivas que durou três meses.
Antes de Roland Garros, a brasileira havia mostrado sinais de recuperação ao chegar às semifinais do WTA 500 de Estrasburgo, onde foi derrotada por Elena Rybakina. Foi sua primeira semifinal em oito meses no circuito profissional.
Eliminação no 1º jogo de Roland Garros pelo 2º ano consecutivo
6 vitórias e 16 derrotas em 2024
Sequência de 9 derrotas seguidas entre fevereiro e maio
O que explica essa queda de desempenho de uma das maiores promessas do tênis brasileiro? Especialistas apontam para uma combinação de fatores físicos e psicológicos, além da crescente competitividade no circuito feminino.
Desafios físicos e mentais
Analisando mais a fundo, a temporada difícil de Bia Haddad parece estar ligada a uma série de contratempos físicos. No início do ano, a tenista sofreu com uma lesão no quadril que a obrigou a se afastar das quadras por várias semanas. "Quando você volta de uma lesão, não é só o corpo que precisa se recuperar, mas também a confiança", comentou o técnico Rafael Paciaroni em entrevista recente.
O aspecto psicológico também pesa. Depois de alcançar o top 10 em duplas e o 12º lugar no ranking de simples em 2023, as expectativas em torno de Bia aumentaram consideravelmente. "Há uma pressão diferente quando você deixa de ser a caçula promissora e vira uma jogadora estabelecida no circuito", analisa a ex-tenista Patrícia Medrado.
Adaptação ao novo cenário do tênis feminino
Outro fator que não pode ser ignorado é a evolução do nível competitivo no tênis feminino. Nos últimos dois anos, vimos o surgimento de várias jovens talentosas como Mirra Andreeva (17 anos) e Linda Nosková (19 anos), que estão revolucionando o jogo com um tênis mais agressivo.
Bia, conhecida por seu jogo de fundo de quadra e grande resistência física, tem enfrentado dificuldades para se adaptar a essa nova geração de jogadoras que arriscam mais. Nas últimas derrotas, estatísticas mostram que a brasileira vem cometendo mais erros não forçados (em média 28 por partida) enquanto produz menos winners (cerca de 12 por jogo).
Média de 28 erros não forçados por partida em 2024
Apenas 12 winners por jogo na temporada
53% de aproveitamento em pontos de saque (ante 61% em 2023)
O calendário olímpico se aproxima, e todos se perguntam: Bia conseguirá reencontrar seu melhor tênis a tempo de representar o Brasil em Paris? A tenista tem mostrado resiliência ao longo da carreira, mas o caminho à frente parece exigir ajustes urgentes em seu jogo e preparação.
Nas redes sociais, a reação dos fãs tem sido mista. Enquanto alguns cobram mais resultados, outros lembram dos momentos difíceis que precederam suas grandes conquistas. "Em 2022, quando quase saiu do top 100, ela respondeu com a melhor fase da carreira", comenta um seguidor no Twitter. Será que história pode se repetir?
Com informações do: Metropoles